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A sutil arte de se importar apenas o necessário – sem estress
03/30/2018 Adriano Meirinho 0
É impressionante como conseguimos gastar muito de nossa energia vital com coisas desnecessárias durante o dia. Sem estresse, acordamos renovados, com o corpo devidamente resetados para aguentar todos os baques e, no primeiro deslize, sem perceber, já desperdiçamos um bom tanto da motivação.
Pode ser que logo pela manhã você decida preparar um café e veja que o pó acabou. Sai sem tomar café e, no trânsito, a via está parada por conta de um acidente. Chega no trabalho, alguém deixa na sua mesa uma tarefa da semana passada para refazer. Abre seus e-mails e recebe uma avalanche de novas reuniões marcadas, promoções e newsletters que gostaria de ler, mas não tem tempo. Todos esses fatos já podem parecer desgastantes o bastante, mas aí chega a parte mais pesada de todas.
A interação humana nos consome
Já passou um dia todo sem interagir com absolutamente ninguém? Não dá um certo alívio? Quando se trata de conviver com outras pessoas, sejam elas já conhecidas ou novas, muito de nossa energia vital é gasta de forma desnecessária. Ao mesmo tempo, ela pode ser utilizada de forma extremamente positiva, em interações benéficas que geram experiências extraordinárias e ainda mais energia nos dias seguintes. Mas na rotina costumamos cair em um grande poço de frustrações com o outro.
Dentro do ambiente de trabalho, essas frustrações podem se manifestar em uma tarefa mal feita por algum colega, na forma rude com que alguém solicitou ajuda, na falta de sinergia entre equipes de projetos, nas crises individuais que afetam o humor. É muito comum que as desavenças surjam de lugares inesperados. Às vezes o mesmo pó de café em falta durante a manhã é o que causa uma resposta grosseira ao colega antes do almoço. E vamos acumulando.
Junte a isso o contato constante com burocracias, fornecedores, stakeholders, concorrentes e tantas outras estruturas sociais e profissionais que precisam ser tratadas de forma específica, levam tempo, dedicação, paciência. Pensando assim, parece até que temos conseguido administrar tudo isso melhor do que o esperado.
Entretanto, a verdade é que cerca de 30% dos profissionais brasileiros sofrem de Burnout, o estágio mais avançado do estresse, segundo revelou pesquisa realizada pelo Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil). Entre os sintomas, 93% dos afetados alegam sentir exaustão, 86%, irritabilidade, 82% falta de atenção e 74% têm dificuldade de relacionamento no ambiente profissional. Além disso, outros 47% sofrem de depressão.
É preciso se importar apenas o necessário
Com dezenas de tarefas batendo na sua porta, diversas situações pessoais voltando à mente, muitas interações acontecendo o tempo todo e compromissos constantes com prazos e com os padrões que nós mesmo criamos para seguir, como se importar menos?
Como diz o ditado popular, se preocupar é sofrer duas vezes. De nada adianta ficar remoendo tudo o que ainda está para acontecer sem fazer com que cada coisa realmente se resolva. É se importando apenas o necessário e com foco em cada ação que conseguimos eliminar um pouco do estresse gerado pela sobrecarga.
No relacionamento com os outros, isso também se aplica. Se não existe razão para continuar uma interação negativa, o melhor que temos a fazer é não desperdiçar energia rebatendo aquilo. Muitas vezes isso significa ceder, abrir mão de ter razão para que o momento passe ou a solução chegue mais rápido. Outras, significa agir antes e lidar com as consequências depois.
Em cada caso, o importante é parar, respirar, pensar. O que de realmente útil sairá disso? Vale minha energia vital? Não? Então deixe para lá. Sua saúde mental agradece.
0 0 voteArticle RatingTags: burnout, estresse, estresse no trabalho, sindrome de burnout, stress no trabalho
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